domingo, 7 de abril de 2013

Síndrome "Ponte sobre o Rio Kwai"


Síndrome[i] “Ponte sobre o Rio Kwai”
Da Wikipédia temos: “Síndrome, sm ou sf,[1] (palavra originada do grego antigo συνδρομή, συν+δρόμος significando "con+correr"), também chamado sindroma ou síndroma[2] ou ainda síndromo[3] é um conjunto de sinais e sintomas que define as manifestações clínicas de uma ou várias doenças, independentemente da etiologia que as diferencia.” 
Na Engenharia, Arquitetura e Urbanismo podemos ver algo semelhante a uma síndrome tão perniciosa quanto esta (Ponte sobre o Rio Kwai), talvez somada a outras endemias comportamentais que atrapalham a vida dos brasileiros..
Neste filme, entre outras coisas, vemos uma quase confraternização entre engenheiros e técnicos com seus captores (síndrome de Estocolmo?). Assim sentimos quando colegas de profissão vendem lealdades em prejuízo de suas profissões.
O conservadorismo técnico tem muito a ver com o que podemos aprender no filme (A Ponte do Rio Kwai). Prisioneiros de guerra em um campo de concentração japonês acabam querendo e fazendo uma ponte que os japoneses não conseguiam. Tinha como finalidade a passagem de trens carregados de soldados e armas do inimigo dos ingleses na Segunda Guerra Mundial. O comandante dos prisioneiros apaixonou-se pela obra que administrou e acabou morrendo em luta contra um comando aliado enviado para destruí-la. O filme é o retrato perfeito de muitas situações profissionais, quando funcionários acabam fazendo o que o chefe manda a contragosto, mas que o tempo tornará A OBRA OU SERVIÇO DE VALOR MIDIÁTICO. ASSIM, APÓS ALGUM TEMPO, QUEM DEVERIA DENUNCIAR OS EQUÍVOCOS PASSARÁ A DEFENDÊ-LOS, APAIXONADO PELO TRABALHO QUE COMANDOU.
Evidentemente não temos diploma nem registro em alguma corporação médica, psiquiátrica, psicológica ou qualquer coisa parecida que nos autorize a estabelecer conceitos comportamentais, mas é uma tentação irresistível observando o que chamam de preservar o passado justificando a sustentação de soluções agora facilmente percebidas como equivocadas.
Em Curitiba a teimosia em manter calçadas intransitáveis é até criminosa enquanto em alguns setores nacionais vemos o desastre da radicalização de conceitos neoliberais no setor energético, assim como o compadrismo político que herdamos sabe-se lá de quem e é uma avenida a favor da corrupção e nomeação de pessoas incompetentes.
O que sentimos é o desprezo da otimização sob critérios de Engenharia, Sociologia, Direitos Humanos e respeito ao povo. Esse comportamento é causa de desgraças e tragédias, para quê? Para dizer que imitamos bem a cidade de Lisboa?
Felizmente os engenheiros estão sendo acordados pela força da mídia, que não cansa de mostrar erros absurdos e até a irresponsabilidade de projetos eleitoreiros e caríssimos.
Somando tudo, demagogia, vontade de agradar turista que adora voltar para sua terra e sentir que somos atrasados, eles superiores a nós, e a má Engenharia encontramos um cenário desolador. Dependemos demais de novas gerações de profissionais, mais responsáveis e melhor preparados, o que incomoda é pensar em quanto tempo e quantas tragédias serão necessárias até que mudanças reais aconteçam, principalmente na valorização da boa Engenharia.

Cascaes
7.4.2013



[i] ...Os síndromes usualmente são denominados pelo nome do médico ou cientista que primeiro os descreveu (por exemplo Síndrome de Down). Outras vezes (mais raramente) recebe o nome do paciente no qual foi diagnosticado pela primeira vez, ou ainda em referência à poesia, geografia ou história, como o síndrome de Estocolmo, em referência ao assalto de Norrmalmstorg do Kreditbanken em Norrmalmstorg, Estocolmo de 23 a 28 de Agosto de 1973. (Wikipédia)

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