quarta-feira, 6 de julho de 2016

Engenharia e mobilidade urbana, serviços essenciais etc.


Andando pela capital paranaense podemos sentir as muitas fases que Curitiba viveu. Tempos fáceis, principalmente na época do último governo militar, quando excelentes prefeitos e governadores puderam fazer muito com recursos humanos especiais e muito dinheiro.
A Constituição de 1988 apareceu no meio de uma crise monumental, pois os próprios militares erraram feio na avaliação do cenário internacional. Assim a redemocratização[i] começou com o pesadelo das dívidas que os eleitos logo sentiram em seus planos, obras e serviços.
Tivemos períodos relativamente bons principalmente no Governo Lula, mas tremendamente desperdiçado se lembrarmos o resultado agravado pelo Governo Dilma. Da Copa do Mundo aos Serviços Essenciais desperdiçamos montanhas de dinheiro que a Operação Lava Jato mostra e outras continuam revelando.
Pânico entre os políticos e seus patrocinadores que agora fazem de tudo para inibir um período que deveria ser considerado de revolução pacífica com base em leis que o Governo Dilma regulamentou.
E as cidades?
O pesadelo urbano em grandes cidades talvez seja produto de paradigmas errados, corporativismo radical, oportunismo e falta de continuidade de bons projetos. Já ensaiamos muitas soluções, mas sempre equipes “inspiradas” procuram fazer ajustes mal pensados.
As cidades são multidisciplinares e não podem se submeter ao império de uma ou outra instituição cujos líderes não foram eleitos pelo povo.
Sentimos intensivamente a ausência da boa Engenharia. Seria comodismo ou um tipo de oportunismo muito pior?
De vilas a monstrópolis as cidades atingem limites que deveriam ser analisados cuidadosamente, principalmente num país imenso e tropical em que muitos rios gigantescos correm do litoral para o interior. Esse é um tema fascinante que deveria ser aprofundado pelas boas universidades.
Mas, e a famosa Sustentabilidade?
A Engenharia de Segurança?
Os Serviços essenciais e outros que se tornam até mais importantes?
A sobrevivência do ser humano hoje não depende mais de fazendolas e hortas próximas, riachos e alguns serviços, a Logística ganhou uma importância colossal, a sobrevivência em catástrofes até pequenas agrava-se pelas lógicas restritas de Defesa Civil e não percebemos a fragilidade que nossos descendentes herdarão.
Caminhar em Curitiba olhando detalhes de Engenharia é nosso hobby de velho aposentado. Onde conseguimos andar com segurança olhamos para cima, as ruas, as moças, ops!
Infelizmente sentimos falta dos tempos de mais saúde e quando convivemos com pessoas extraordinárias dando aulas nas mesas do Bar do IEP. Eram tempos difíceis, mas já naquela época nossas estatais principais despontavam como referências nacionais. A administração direta deu lugar a empresas livres das leis de “proteção” ao funcionário público, facilitando a montagem de boas equipes. Depois, par e passo as estatais foram degradadas por políticos que acreditam que fazendo leis resolveriam tudo. Pior ainda é a lógica de contador que manda no Brasil para a delícia dos agiotas. A participação do contribuinte em estatais é considerada patrimônio, lucro ou dívida nacional mandando no Juros do dinheiro que precisamos e viabilizamos com o trabalho de todos. A Corrupção, que não é privilégio de empresas públicas, desmoraliza tudo.
O Brasil envelhece e fica escravo da mídia comercial. É interessante ver os efeitos quase instantâneos de espetáculos de maus gosto devidamente promovidos. Heróis e famosos estranhos aparecem...
Agora, diante de tudo o que aprendemos com o MPF e o Poder Judiciário, talvez graças aos padrões alternativos de comunicação que obrigam a imprensa profissional a mudar o padrão de comunicação, assim como diante de crises internacionais monumentais que teriam sido evitadas se os “gênios” da Humanidade agissem com coragem, honestidade e determinação, a esperança é que de alguma maneira os brasileiros ganhem um novo e melhor Brasil, apesar do pior corporativismo existente nos Três Poderes.
Andem por suas cidades e procurem ver os efeitos da omissão daqueles que poderiam ter agido em tempo oportuno e de forma eficaz.

Cascaes
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Curitiba - 6.7.2016






[i] Wikipédia em 6 de julho de 2016 - Na história do Brasil, dois processos ocorridos em períodos distintos recebem essa designação: o primeiro, culminado em 1945, com a deposição de Getúlio Vargas, dando fim a uma ditadura iniciada com o golpe de 1937; no segundo, após o período ditatorial iniciado com o Golpe de 1964, o processo de redemocratização teve início no governo do general João Baptista Figueiredo, com a anistia aos acusados por crimes políticos.
Em dezembro de 1979, o governo modificou a legislação partidária e eleitoral e restabeleceu o pluripartidarismo. A Arena transformou-se no Partido Democrático Social PDS, e o MDB acrescentou a palavra 'Partido' à sigla, tornando-se o PMDB. Outras agremiações foram criadas, como o Partido dos Trabalhadores PT e o Partido Democrático Trabalhista DT, de esquerda, o Partido de Paraguai PP e o "Partido Trabalhista Brasileiro" (PTB), de centro-direita. Alguns partidos, como o Partido Comunista do Brasil ainda permaneciam proibidos.
Com o agravamento da crise econômica, inflação e recessão, os partidos de oposição ao regime cresceram; da mesma forma fortaleceram-se os sindicatos e as entidades de classe.
Em 1984, o País mobilizou-se na campanha pelas "Diretas Já". A partir do governo Ernesto Geisel, entre 1974 e 1979, a crise econômica do país e as dificuldades do regime militar agravam-se. A alta do petróleo e das taxas de juros internacionais desequilibra o balanço brasileiro de pagamentos e eleva a inflação. Além disso, compromete o modelo de crescimento econômico, baseado em financiamentos externos. Apesar do encarecimento dos empréstimos e do crescimento acelerado da dívida externa, o governo não interrompe o ciclo de expansão econômica do começo dos anos 70 e mantém os programas oficiais e os incentivos aos projetos privados. Ainda assim, o desenvolvimento industrial é afetado e o desemprego aumenta.
Nesse quadro de dificuldades, o apoio da sociedade torna-se indispensável. Para consegui-lo, Geisel anuncia uma "distensão lenta, gradual e segura" do regime autoritário em direção à democracia. Entre 1980 e 1981, prisões de líderes sindicais da região do ABC paulista, entre eles Luís Inácio Lula da Silva presidente do recém-criado Partido dos Trabalhadores (PT), atentados terroristas na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e no centro de convenções do Rio centro, no Rio de Janeiro, revelam as grandes dificuldades da abertura. Ao mesmo tempo, começa a se formar um movimento suprapartidário em favor da aprovação da emenda constitucional, proposta pelo deputado federal mato-grossense Dante de Oliveira, que restabelece a eleição direta para a Presidência da República. A campanha das Diretas Já espalha-se em grandes comícios, passeatas e manifestações por todo o país.
Em 25 de janeiro de 1984. O cenário é a Praça da Sé, centro da cidade de São Paulo. Marcado para o dia do aniversário da cidade de São Paulo, o primeiro grande comício da campanha por eleições diretas para presidente foi organizado por Franco Montoro, governador paulista. Participaram também diversos partidos políticos de oposição, além de lideranças sindicais, civis e estudantis. A expectativa era das mais tensas. O governo militar tentava minar o impacto do evento. O dia estava chuvoso. Aos poucos, a praça foi lotando e, no final, cerca de 300 mil pessoas gritavam por "Diretas já!" no centro da cidade.
Declarando apoio à emenda constitucional do deputado federal Dante de Oliveira que permitia a eleição direta para a Presidência da República. Mas a emenda foi derrotada na Câmara dos Deputados em votação realizada em 25 de abril: não alcançou número mínimo de votos para ser aprovada.
Em 15 de janeiro de 1985, o governador de Minas Gerais Tancredo Neves foi eleito Presidente da República pelo Colégio Eleitoral, com José Sarney como vice-presidente.. Tancredo porém, foi internado em Brasília, um dia antes da cerimônia de posse. Foi submetido a várias cirurgias mas seu estado de saúde só se agravou. Tancredo faleceu em 21 de abril de 1985 na cidade de São Paulo. José Sarney assumiu a Presidência no dia 15 de março, dando fim a 21 anos de ditadura militar no Brasil. Mas a redemocratização só foi completa com a promulgação da Constituição de 88, a Constituição Federal, em 5 de outubro de 1988.