quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Paradigmas e mídia essenciais

Trabalho honesto é cultura
Naturalmente a mídia convencional endeusa sutilmente muitos padrões de comportamento que poderão, eventualmente, criar paradigmas pouco saudáveis (mais ainda em tempos de Zica).
O que poderia ser o contraponto dos sistemas de comunicação privatizados seria a programação e reportagens com melhor padrão e insistência no trabalho honesto e produtivo, como também existem e excelentes na mídia patrocinada, mas desproporcionais em relação ao que seria justo e tremendamente oportuno.
Aos poucos as emissoras vão criando arquivos de filmes, excelentes quando em sistemas realmente permanentes (SEM CENSURA), ou seja, passíveis de serem utilizados universalmente. Em língua portuguesa, contudo, ainda são poucos, raros e genéricos demais. Onde teremos bons filmes dedicados aos nossos profissionais?
O contribuinte (direto e indireto) paga muito para a sobrevivência de corporações que não retribuem de forma adequada. Elas deveriam gerar constantemente filmes, filmetes, mensagens etc. apontando seus destaques e profissões.
Precisamos de heróis, famosos, gente emblemática de atividades sérias e responsáveis, produtivas, pacíficas, honestas. Dentro das fronteiras brasileiras podemos encontrar inúmeros trabalhadores que arriscam suas vidas e famílias para que o resto da sociedade sobreviva. Quem são eles? De médicos, enfermeiros a eletricistas, faxineiros a pilotos de avião, soldados a cozinheiros, milhões de brasileiros trabalham duro e com amor a suas atividades, algo que os sindicatos e sectários políticos procuram inverter em lógicas mórbidas e antigas.
As programações dos sistemas estatais de cultura são interessantes, para que público?
O processo educacional a partir de nossas crianças precisa de filmes que valorizem as profissões regulares. O Carnaval, intensamente divulgado, é bom quando vacina nosso povo contra radicalismos religiosos e valoriza a arte popular, mas pode ser prejudicial, assim como o futebol, ao dar a impressão de que o jovem, para ser valorizado, deve ser atleta ou carnavalesco, destaque de escola de samba e similares. Mais preocupante ainda é a mídia em torno de programas de TV (concessões) da pior espécie em qualquer horário, pode?
Temos pessoas que mereceriam destaque maior em nossa sociedade. Desde bairros, cidades até no plano nacional, universal. No Brasil carecemos de museus e espaços culturais que promovam o trabalho. Isso é muito ruim se pensarmos nos desafios do século 21.
A ignorância técnica é um espanto até em noticiários importantes. Reportagens de acidentes, por exemplo, deixam a desejar, muito pior, contudo, é a apresentação de programas policiais, verdadeiras ofensas ao ser humano comum, ingênuo e receptivo a essa espécie de “justiça popular”.
Precisamos de programas (bem feitos) em torno das profissões que formam o mosaico da vida. A sobrevivência da Humanidade e até a nossa, individual e familiar, tribal, social e mais dependem da felicidade de estar sob a proteção de gente que cuida de todos, muitas vezes sem direitos elementares de defesa, descanso, alimentação adequada, férias etc.

Cascaes
Carnaval de 2016