quinta-feira, 2 de maio de 2013

Serviços Essenciais, transporte coletivo, energia e auditorias técnicas


Concessões, auditorias técnicas, tarifas e custos
Por motivos comerciais o Brasil e muitos países de “boa qualidade” optaram por análises contábeis e critérios essencialmente jurídicos na avaliação de empresas concessionárias de serviços essenciais.
É rotina encontrar relatórios de avaliação contábil e indicadores de Bolsa de Valores quando estudamos o valor e desempenho de grandes instalações e serviços importantes. A Engenharia tornou-se ciência acessória de economistas que, do alto de suas certezas em torno de números difusos decidem confusamente, sem atenção para a importância e demandas de sistemas mais e mais complexos, portanto passíveis de causarem tremendas catástrofes se mal cuidados.
Paralelamente até sistemas mais simples se apoiam em medições simplórias, operação primária, decisões oportunistas etc., levando a tarifas pesadas e não auditadas com rigor.
O desprezo pela boa Engenharia, sem falar em Urbanismo, Arquitetura e até a sagrada Sociologia é tão grande que os debates em torno de projetos gigantescos pairam em torno do “eu gosto”, “não gosto”, “é feio”, “é bonito” etc.
Concentramo-nos na Engenharia da qual podemos falar com conhecimento de causa após uma vida dedicada a essa profissão, sem pretender relegar outras profissões, todas elas, contudo, submetidas a julgamentos igualmente perigosos, degradantes.
No Brasil o longo período de crise econômica, em parte produto dos gênios da cornucópia, paralisou a nação, degradando o exercício de muitas profissões. Pior ainda, ganhamos o “elogio à loucura dos projetos e serviços de menor preço”.
Tudo isso, contudo, poderia ser aceito se nossas empresas, comunidades, autarquias etc. se submetessem a avaliações rotineiras de auditorias técnicas rigorosas.
Descobrimos, contudo, que até possíveis casos amorosos decidiram cargos de agências reguladoras, criadas estrepitosamente como solução de todas as dúvidas, submetidas, contudo, a contingenciamentos absurdos de recursos e interferências políticas e empresariais (provavelmente) da pior espécie.
No Paraná agora vivemos o exemplo do drama em torno da integração do transporte coletivo de regiões metropolitanas, com destaque para a Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Podemos confiar em contas e números apresentados? Foram auditados severamente? Qual é o desempenho dos sistemas ancilares.
Aliás, é consulta obrigatória a explicação que o Dr. Jayme Buarque de Hollanda dá a essa palavra estranha (Jayme Buarque de Hollanda, do INEE: Você sabe o que é ancilar?, 2006) nesse momento em que o Brasil se aproxima de um possível racionamento (Período chuvoso acaba e nível dos reservatórios é o menor desde 2001, 2013). Leis desses últimos tempos confundiram mais do que ajudaram o Brasil...
E a integração do transporte coletivo urbano da RMC? Par e passo os responsáveis pelo que virá vão cumprindo etapas formais, regulamentares. Temos até uma tarifa técnica calculada (Custos da Rede Integrada de Transporte, 2013), foi auditada de que forma? Quem gerou os dados? Como mediram e que qualidade tem o trajeto da passagem pela catraca “eletrônica” até as planilhas de cálculo das tarifas?
É tanta “caixa preta” que ficamos intrigados com a docilidade em torno da aceitação desse jogo perverso ao contribuinte (subsídios) e aos usuários do transporte coletivo, afinal de contas já tivemos um tarifaço em 2013.
Os prazos de arrependimento ainda existem.
Talvez a luz se faça e nossos gerentes metropolitanos, prefeitos, Governador etc. acordem para esse teatrinho que incomoda demais, afinal quem paga a conta é o povo do Estado do Paraná.
O exemplo vale para todas as concessionárias de todos os serviços essenciais, precisamos de qualidade, confiabilidade e tarifas confiáveis e justas.
Temos empresas dedicadas a boas auditorias técnicas em condições de enfrentar o desafio de por o Brasil no bom caminho?
Assim como é um desastre o custo atual para se evitar um racionamento (Ilumina - Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Elétrico) de energia (imprevidência em 2012? Erros de avaliação? Critérios errados?) queremos, até em questões menores, saber se, por exemplo, os serviços urbanos são os melhores que podemos ter em relação a seus custos diretos e indiretos.
Cascaes
2.5.2013
(s.d.). Fonte: Ilumina - Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Elétrico: http://www.ilumina.org.br/zpublisher/secoes/home.asp
Custos da Rede Integrada de Transporte. (1 de 5 de 2013). Fonte: URBS: http://www.urbs.curitiba.pr.gov.br/frontend_dev.php/transporte/tarifas-custos
Amato, F. (2 de 5 de 2013). Período chuvoso acaba e nível dos reservatórios é o menor desde 2001. Fonte: G1: http://g1.globo.com/economia/noticia/2013/05/periodo-chuvoso-acaba-e-nivel-dos-reservatorios-e-o-menor-desde-2001.html
Hollanda, J. B. (29 de 9 de 2006). Jayme Buarque de Hollanda, do INEE: Você sabe o que é ancilar? Fonte: INEE: http://www.inee.org.br/informacoes_imprensa_artigo.asp?id=293&Cat=info


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