quarta-feira, 6 de maio de 2015

Segurança, um tema a ser discutido com mais seriedade



Defesa civil e segurança predial
Algo difícil de aceitar é a lógica mórbida de nossas autoridades, elas dão a impressão de terem raiva de gente.
Curitiba poderia ser um modelo de metrópole segura, bonita, acessível, racional. Gradativamente vai perdendo qualidades; ganhando detalhes graciosos, mas distantes da lógica de existência de uma população que envelhece e recebe mais e mais pessoas com deficiência(s), debilitadas, senhoras grávidas e crianças.
Atavismos condenam sua população que precisa usar o transporte coletivo urbano e caminhar a riscos absurdos, entre eles os atropelamentos agora até por skates e bicicletas, pois para usar veículos não motorizados basta ter a coisa e sair por aí, em tempo, se possível com recursos de proteção para o piloto, o pedestre que se dane.
Mas a cidade também cresce em direção aos céus. Por força até da vizinhança de prédios que surgem do nada (Lei do Solo Criado?) somos obrigados a mudar de residência e aí as surpresas: qual é o padrão de segurança dos edifícios para os seus moradores e trabalhadores?
O interessante é que existem profissionais dedicados à segurança, conselhos profissionais, sindicatos etc. Onde estão?
Um dia desses um colega disse que deve ser aprovada uma lei obrigando a realização de vistorias de prédios a cada cinco anos, ou seja, depois de prontos os condomínios serão obrigados a ajustes que poderiam ser feitos antes da construção, já nas pranchetas dos projetistas. Obviamente a manutenção é algo sagrado, daí a importância dessa nova e provável lei.
 Elevadores, sistemas de combate a incêndio, otimização de socorro etc., pouco é feito considerando que os futuros moradores idosos (por exemplo) serão relativamente numerosos.
E para simplesmente limpar vidros não vemos recursos de segurança para nossas heroínas que cuidam das janelas...
Os “arranha céus”, como aprendi na infância, aparecem em ruas estreitas onde antigamente as canaletas estavam por perto, livres para veículos de socorro. Agora essas vias são solenemente invadidas por ciclistas e skatistas sem atenção para nada, inclusive os pedestres que devem atravessá-las. Quando essa gente será realmente educada, treinada?
As canaletas são extremamente valiosas para os habitantes de Curitiba para serem mal-usadas.
Nessas ruelas onde novos condomínios são feitos será necessário acontecer algum atropelamento para que as calçadas sejam feitas? A velocidade máxima é 40 ou que velocidade permitida? Nas rápidas próximas vamos esperar quanto tempo para que passeios transitáveis sejam feitos? Sinaleiras? Lombadas? Será necessário que alguém morra e aparecer em alguma planilha?
E os prédios?
Todos os prédios em construção deveriam passar pela avaliação e supervisão de equipes de segurança independentes das construtoras e incorporadoras. Para garantir maior qualidade seria essencial a vinculação a empresas seguradoras respeitáveis, pois o que vemos não condiz com o que imaginamos para qualquer lugar de presença humana, muito mais em prédios onde centenas de pessoas vivam acreditando na tranquilidade que conquistaram, esquecendo que segurança é muito mais do que evitar assaltos.
Ou seja, todos os responsáveis por condomínios (os ambientes de trabalho normalmente têm alguma supervisão) deveriam estar preparados para socorrer, orientar, explicar detalhes de socorro essenciais, dentro e fora dos prédios.
Ficamos impressionados com as notícias de dificuldades de manutenção de veículos do Estado do Paraná, por exemplo. Será que as equipes de socorro (carros de bombeiros, ambulâncias etc.) estão em boas condições operacionais? Têm planos de socorro para grandes emergências nas cidades?
E na PMC, como a Prefeitura pretende corrigir os problemas de trânsito consequentes da má sinalização e mau uso das canaletas? E os prédios? A Lei de Solo criado vai ser usada sem consulta aos vizinhos? O Estatuto das Metrópoles (existindo ou não) será para valer?
Tudo envolve muita atenção para a cidade; em tempo, o povo recebe orientações adequadas, de boa qualidade em relação aos recursos e sistemas de socorro e segurança? Eles existem? Estão funcionando de forma adequada?
De qualquer forma é dentro dos prédios que vivemos. O ideal, como dissemos, seria a tranquilidade de comprar imóveis sem essa preocupação, mas isso não corresponde à realidade quando mudamos e vamos percebendo detalhes inquietantes.
Precisamos lembrar que o potencial de grandes acidentes cresce e precisamos da proteção coletiva para sobreviver e reduzir danos materiais e pessoais. No Brasil, diante de tantos pesadelos políticos e policiais, corremos o risco de desprezar situações de rotina em nossas vidas, isso é muito ruim.
O ideal é evitar acidentes, depois que acontecem os prejuízos poderão ser irrecuperáveis.

Cascaes
6.5.2015



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