Síndrome[i]
“Ponte sobre o Rio Kwai”
Da Wikipédia temos: “Síndrome, sm ou sf,[1] (palavra originada do grego antigo συνδρομή, συν+δρόμος significando
"con+correr"), também chamado sindroma ou síndroma[2] ou ainda síndromo[3] é um conjunto de sinais e sintomas que define as manifestações clínicas de uma ou
várias doenças, independentemente da etiologia que as diferencia.”
Na Engenharia, Arquitetura e Urbanismo podemos ver algo
semelhante a uma síndrome tão perniciosa quanto esta (Ponte sobre o Rio Kwai),
talvez somada a outras endemias comportamentais que atrapalham a vida dos
brasileiros..
Neste filme, entre outras coisas, vemos uma quase
confraternização entre engenheiros e técnicos com seus captores (síndrome de Estocolmo?).
Assim sentimos quando colegas de profissão vendem lealdades em prejuízo de suas
profissões.
O conservadorismo técnico tem muito a ver com o que podemos aprender
no filme (A Ponte do Rio Kwai) . Prisioneiros de
guerra em um campo de concentração japonês acabam querendo e fazendo uma ponte
que os japoneses não conseguiam. Tinha como finalidade a passagem de trens carregados
de soldados e armas do inimigo dos ingleses na Segunda Guerra Mundial. O
comandante dos prisioneiros apaixonou-se pela obra que administrou e acabou
morrendo em luta contra um comando aliado enviado para destruí-la. O filme é o
retrato perfeito de muitas situações profissionais, quando funcionários acabam
fazendo o que o chefe manda a contragosto, mas que o tempo tornará A OBRA OU
SERVIÇO DE VALOR MIDIÁTICO. ASSIM, APÓS ALGUM TEMPO, QUEM DEVERIA DENUNCIAR OS
EQUÍVOCOS PASSARÁ A DEFENDÊ-LOS, APAIXONADO PELO TRABALHO QUE COMANDOU.
Evidentemente não temos diploma nem registro em alguma
corporação médica, psiquiátrica, psicológica ou qualquer coisa parecida que nos
autorize a estabelecer conceitos comportamentais, mas é uma tentação
irresistível observando o que chamam de preservar o passado justificando a
sustentação de soluções agora facilmente percebidas como equivocadas.
Em Curitiba a teimosia em manter calçadas intransitáveis é
até criminosa enquanto em alguns setores nacionais vemos o desastre da radicalização
de conceitos neoliberais no setor energético, assim como o compadrismo político
que herdamos sabe-se lá de quem e é uma avenida a favor da corrupção e nomeação
de pessoas incompetentes.
O que sentimos é o desprezo da otimização sob critérios de
Engenharia, Sociologia, Direitos Humanos e respeito ao povo. Esse comportamento
é causa de desgraças e tragédias, para quê? Para dizer que imitamos bem a
cidade de Lisboa?
Felizmente os engenheiros estão sendo acordados pela força
da mídia, que não cansa de mostrar erros absurdos e até a irresponsabilidade de
projetos eleitoreiros e caríssimos.
Somando tudo, demagogia, vontade de agradar turista que
adora voltar para sua terra e sentir que somos atrasados, eles superiores a
nós, e a má Engenharia encontramos um cenário desolador. Dependemos demais de
novas gerações de profissionais, mais responsáveis e melhor preparados, o que
incomoda é pensar em quanto tempo e quantas tragédias serão necessárias até que
mudanças reais aconteçam, principalmente na valorização da boa Engenharia.
Cascaes
7.4.2013
[i]
...Os síndromes usualmente são denominados pelo nome do médico ou cientista que
primeiro os descreveu (por exemplo Síndrome de Down). Outras vezes (mais
raramente) recebe o nome do paciente no qual foi diagnosticado pela primeira vez,
ou ainda em referência à poesia, geografia ou história, como o síndrome de Estocolmo, em referência ao
assalto de Norrmalmstorg do Kreditbanken em Norrmalmstorg, Estocolmo de 23 a 28
de Agosto de 1973. (Wikipédia)
Nenhum comentário:
Postar um comentário