Andando pela capital paranaense podemos sentir as muitas
fases que Curitiba viveu. Tempos fáceis, principalmente na época do último
governo militar, quando excelentes prefeitos e governadores puderam fazer muito
com recursos humanos especiais e muito dinheiro.
A Constituição de 1988 apareceu no meio de uma crise
monumental, pois os próprios militares erraram feio na avaliação do cenário
internacional. Assim a redemocratização[i]
começou com o pesadelo das dívidas que os eleitos logo sentiram em seus planos,
obras e serviços.
Tivemos períodos relativamente bons principalmente no
Governo Lula, mas tremendamente desperdiçado se lembrarmos o resultado agravado
pelo Governo Dilma. Da Copa do Mundo aos Serviços Essenciais desperdiçamos
montanhas de dinheiro que a Operação Lava Jato mostra e outras continuam
revelando.
Pânico entre os políticos e seus patrocinadores que agora
fazem de tudo para inibir um período que deveria ser considerado de revolução
pacífica com base em leis que o Governo Dilma regulamentou.
E as cidades?
O pesadelo urbano em grandes cidades talvez seja produto de
paradigmas errados, corporativismo radical, oportunismo e falta de continuidade
de bons projetos. Já ensaiamos muitas soluções, mas sempre equipes “inspiradas”
procuram fazer ajustes mal pensados.
As cidades são multidisciplinares e não podem se submeter ao
império de uma ou outra instituição cujos líderes não foram eleitos pelo povo.
Sentimos intensivamente a ausência da boa Engenharia. Seria comodismo
ou um tipo de oportunismo muito pior?
De vilas a monstrópolis as cidades atingem limites que
deveriam ser analisados cuidadosamente, principalmente num país imenso e tropical
em que muitos rios gigantescos correm do litoral para o interior. Esse é um
tema fascinante que deveria ser aprofundado pelas boas universidades.
Mas, e a famosa Sustentabilidade?
A Engenharia de Segurança?
Os Serviços essenciais e outros que se tornam até mais
importantes?
A sobrevivência do ser humano hoje não depende mais de
fazendolas e hortas próximas, riachos e alguns serviços, a Logística ganhou uma
importância colossal, a sobrevivência em catástrofes até pequenas agrava-se pelas
lógicas restritas de Defesa Civil e não percebemos a fragilidade que nossos
descendentes herdarão.
Caminhar em Curitiba olhando detalhes de Engenharia é nosso
hobby de velho aposentado. Onde conseguimos andar com segurança olhamos para
cima, as ruas, as moças, ops!
Infelizmente sentimos falta dos tempos de mais saúde e
quando convivemos com pessoas extraordinárias dando aulas nas mesas do Bar do
IEP. Eram tempos difíceis, mas já naquela época nossas estatais principais despontavam
como referências nacionais. A administração direta deu lugar a empresas livres
das leis de “proteção” ao funcionário público, facilitando a montagem de boas
equipes. Depois, par e passo as estatais foram degradadas por políticos que
acreditam que fazendo leis resolveriam tudo. Pior ainda é a lógica de contador
que manda no Brasil para a delícia dos agiotas. A participação do contribuinte
em estatais é considerada patrimônio, lucro ou dívida nacional mandando no
Juros do dinheiro que precisamos e viabilizamos com o trabalho de todos. A
Corrupção, que não é privilégio de empresas públicas, desmoraliza tudo.
O Brasil envelhece e fica escravo da mídia comercial. É interessante
ver os efeitos quase instantâneos de espetáculos de maus gosto devidamente
promovidos. Heróis e famosos estranhos aparecem...
Agora, diante de tudo o que aprendemos com o MPF e o Poder
Judiciário, talvez graças aos padrões alternativos de comunicação que obrigam a
imprensa profissional a mudar o padrão de comunicação, assim como diante de
crises internacionais monumentais que teriam sido evitadas se os “gênios” da
Humanidade agissem com coragem, honestidade e determinação, a esperança é que
de alguma maneira os brasileiros ganhem um novo e melhor Brasil, apesar do pior
corporativismo existente nos Três Poderes.
Andem por suas cidades e procurem ver os efeitos da omissão
daqueles que poderiam ter agido em tempo oportuno e de forma eficaz.
Cascaes
TInformando - links para os meus blogs, YouTub e
facebook http://tinformando-meus-blogues.blogspot.com/
Curitiba - 6.7.2016
[i]
Wikipédia em 6 de julho de 2016 - Na história do Brasil, dois processos
ocorridos em períodos distintos recebem essa designação: o primeiro, culminado
em 1945, com a
deposição de Getúlio Vargas, dando fim a uma ditadura iniciada
com o golpe de 1937; no segundo, após o período ditatorial
iniciado com o Golpe de 1964, o processo de redemocratização teve
início no governo do general João Baptista Figueiredo, com a anistia
aos acusados por crimes políticos.
Em dezembro de 1979, o governo modificou a legislação
partidária e eleitoral e restabeleceu o pluripartidarismo. A Arena
transformou-se no Partido Democrático Social PDS, e o MDB acrescentou
a palavra 'Partido' à sigla, tornando-se o PMDB. Outras
agremiações foram criadas, como o Partido dos Trabalhadores PT e o Partido Democrático
Trabalhista DT,
de esquerda, o Partido de Paraguai PP e o "Partido Trabalhista
Brasileiro" (PTB), de centro-direita. Alguns partidos, como o Partido
Comunista do Brasil ainda permaneciam proibidos.
Com o agravamento da crise econômica, inflação e
recessão, os partidos de oposição ao regime cresceram; da mesma forma
fortaleceram-se os sindicatos e as entidades de classe.
Em 1984, o País mobilizou-se na campanha pelas "Diretas
Já". A partir do governo Ernesto Geisel, entre 1974 e 1979, a crise
econômica do país e as dificuldades do regime militar agravam-se. A alta do
petróleo e das taxas de juros internacionais desequilibra o balanço brasileiro
de pagamentos e eleva a inflação. Além disso, compromete o modelo de
crescimento econômico, baseado em financiamentos externos. Apesar do
encarecimento dos empréstimos e do crescimento acelerado da dívida externa, o
governo não interrompe o ciclo de expansão econômica do começo dos anos 70 e
mantém os programas oficiais e os incentivos aos projetos privados. Ainda
assim, o desenvolvimento industrial é afetado e o desemprego aumenta.
Nesse quadro de dificuldades, o apoio da sociedade
torna-se indispensável. Para consegui-lo, Geisel anuncia uma "distensão
lenta, gradual e segura" do regime autoritário em direção à democracia.
Entre 1980 e 1981, prisões de líderes sindicais da região do ABC paulista,
entre eles Luís Inácio Lula da Silva presidente
do recém-criado Partido dos Trabalhadores (PT), atentados terroristas na sede
da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)
e no centro de convenções do Rio centro, no Rio de Janeiro, revelam as grandes
dificuldades da abertura. Ao mesmo tempo, começa a se formar um movimento
suprapartidário em favor da aprovação da emenda constitucional, proposta pelo
deputado federal mato-grossense Dante de Oliveira, que restabelece a eleição
direta para a Presidência da República. A campanha das Diretas Já espalha-se em
grandes comícios, passeatas e manifestações por todo o país.
Em 25 de janeiro de 1984. O cenário é a Praça da Sé,
centro da cidade de São Paulo. Marcado para o dia do aniversário da cidade de
São Paulo, o primeiro grande comício da campanha por eleições diretas para
presidente foi organizado por Franco Montoro, governador paulista. Participaram
também diversos partidos políticos de oposição, além de lideranças sindicais,
civis e estudantis. A expectativa era das mais tensas. O governo militar
tentava minar o impacto do evento. O dia estava chuvoso. Aos poucos, a praça
foi lotando e, no final, cerca de 300 mil pessoas gritavam por "Diretas já!"
no centro da cidade.
Declarando apoio à emenda constitucional do deputado
federal Dante de Oliveira que permitia a eleição direta para a Presidência da
República. Mas a emenda foi derrotada na Câmara dos Deputados em votação
realizada em 25 de abril: não alcançou número mínimo de votos para ser
aprovada.
Em 15 de janeiro de 1985, o governador de Minas Gerais
Tancredo Neves foi eleito Presidente da República pelo Colégio Eleitoral, com
José Sarney como vice-presidente.. Tancredo porém, foi internado em Brasília,
um dia antes da cerimônia de posse. Foi submetido a várias cirurgias mas seu
estado de saúde só se agravou. Tancredo faleceu em 21 de abril de 1985 na
cidade de São Paulo. José Sarney assumiu a Presidência no dia 15 de março,
dando fim a 21 anos de ditadura militar no Brasil. Mas a redemocratização só
foi completa com a promulgação da Constituição de 88, a Constituição Federal, em 5
de outubro de 1988.