Trabalho honesto é cultura
Naturalmente a mídia convencional endeusa sutilmente muitos
padrões de comportamento que poderão, eventualmente, criar paradigmas pouco
saudáveis (mais ainda em tempos de Zica).
O que poderia ser o contraponto dos sistemas de comunicação
privatizados seria a programação e reportagens com melhor padrão e insistência
no trabalho honesto e produtivo, como também existem e excelentes na mídia
patrocinada, mas desproporcionais em relação ao que seria justo e tremendamente
oportuno.
Aos poucos as emissoras vão criando arquivos de filmes,
excelentes quando em sistemas realmente permanentes (SEM CENSURA), ou seja,
passíveis de serem utilizados universalmente. Em língua portuguesa, contudo,
ainda são poucos, raros e genéricos demais. Onde teremos bons filmes dedicados
aos nossos profissionais?
O contribuinte (direto e indireto) paga muito para a
sobrevivência de corporações que não retribuem de forma adequada. Elas deveriam
gerar constantemente filmes, filmetes, mensagens etc. apontando seus destaques
e profissões.
Precisamos de heróis, famosos, gente emblemática de
atividades sérias e responsáveis, produtivas, pacíficas, honestas. Dentro das
fronteiras brasileiras podemos encontrar inúmeros trabalhadores que arriscam
suas vidas e famílias para que o resto da sociedade sobreviva. Quem são eles?
De médicos, enfermeiros a eletricistas, faxineiros a pilotos de avião, soldados
a cozinheiros, milhões de brasileiros trabalham duro e com amor a suas
atividades, algo que os sindicatos e sectários políticos procuram inverter em
lógicas mórbidas e antigas.
As programações dos sistemas estatais de cultura são
interessantes, para que público?
O processo educacional a partir de nossas crianças precisa
de filmes que valorizem as profissões regulares. O Carnaval, intensamente
divulgado, é bom quando vacina nosso povo contra radicalismos religiosos e
valoriza a arte popular, mas pode ser prejudicial, assim como o futebol, ao dar
a impressão de que o jovem, para ser valorizado, deve ser atleta ou
carnavalesco, destaque de escola de samba e similares. Mais preocupante ainda é
a mídia em torno de programas de TV (concessões) da pior espécie em qualquer
horário, pode?
Temos pessoas que mereceriam destaque maior em nossa
sociedade. Desde bairros, cidades até no plano nacional, universal. No Brasil
carecemos de museus e espaços culturais que promovam o trabalho. Isso é muito
ruim se pensarmos nos desafios do século 21.
A ignorância técnica é um espanto até em noticiários
importantes. Reportagens de acidentes, por exemplo, deixam a desejar, muito
pior, contudo, é a apresentação de programas policiais, verdadeiras ofensas ao
ser humano comum, ingênuo e receptivo a essa espécie de “justiça popular”.
Precisamos de programas (bem feitos) em torno das profissões
que formam o mosaico da vida. A sobrevivência da Humanidade e até a nossa,
individual e familiar, tribal, social e mais dependem da felicidade de estar
sob a proteção de gente que cuida de todos, muitas vezes sem direitos
elementares de defesa, descanso, alimentação adequada, férias etc.
Cascaes
Carnaval de 2016